Ora Nem Mais
...para escrever o que vai (ou não) na alma, para comentar a actualidade, para manter o contacto ou simplesmente para desanuviar.
sexta-feira, setembro 29, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
Finanças regionais
A nova lei de finanças regionais tem dado muita discussão por aqui. Na revisão da lei o governo central descrimina positivamente os Açores em relação à Madeira. Jardim já veio dizer que trata-se de um concluio e favorecimento partidário. Talvez seja, talvez não. O que eu acho é que esta descriminação tem toda a razão de ser. Não por eu ser açoriano, mas qualquer pessoa consegue ver que nós temos uma especificidade totalmente diferente da Madeira, embora ambos sejamos arquipélagos.
Os Açores são 9 ilhas habitadas, enquanto a Madeira são 2 e aqui, para mim, reside toda a diferença.
Aqui, todas as ilhas têm que oferecer um mínimo de condições, como por exemplo, centro de saúde, escola, porto, aeroporto/aerodromo, ou seja, as despesas em infrastruturas básicas são sempre, no mínimo, a multiplicar por 9, enquanto que na Madeira são apenas a dobrar.
Os Açores possuem uma companhia aérea regional, a Sata, que assegura a ligação entre ilhas para além das liçações marítimas de passageiros e mercadorias. Tudo isto acarreta custos às finanças açorianas.
Por estas e outras razões sou totalmente a favor da descriminação positiva em relação aos Açores no que toca a transferências do governo central para os arquipélagos.
quarta-feira, setembro 27, 2006
Só se lembram quando faz trovões
Uma criança de 4 anos morreu e outra de 9 encontra-se em estado crítico depois de terem sido colhidos por um comboio na linha do Norte junto a um bairro residencial.
Depois do acidente, que parece não ter sido o primeiro, a Refer apressa-se a colocar uma vedação para que mais casos destes não aconteçam. Muitas vezes é necessário acontecer uma desgraça para solucionar situações que já se sabiam perigosas. E em certas ocasiões nem isso parece ser o suficiente. Por vezes só com a "pressão" mediática ou que a vítima seja alguém conhecido é que as coisas parecem ser resolvidas.
PS: Há quanto tempo se sabia que a extracção de areias na zona da ponte Hintze Ribeiro estava a fragilizar a estrutura??? Há muito, mas foi necessário que ela caísse e morressem dezenas de pessoas para que as coisas fossem reparadas....o problema é que já nada havia a reparar.
Outra vez os franceses
Os ingleses descobriram a nossa kryptonite: os Franceses...Saha e Henry destruíram a nossa noite europeia
terça-feira, setembro 26, 2006
Estado da arte em Portugal
Infelizmente os portugueses em geral não são grandes aficionados de expressões artísticas como o teatro, dança, literatura, música ou mesmo a pintura.
É de salutar que o governo português esteja disposto a negociar as obras de Vieira da Silva, que neste momento se encontram em depósito e com destino indeterminado. Seria uma forma de Honrar uma grande pintora bem como um privilégio para nós.
Sunday Bloody Sunday
Quando estava a ouvir "sunday bloody sunday" não pude deixar de pensar o quanto esta música está cada vez mais presente. As guerras religiosas de que fala continuam a ser notícia:
caricaturas de Maomé, palavras de Bento XVI, etc, etc...
Aqui deixo parte da letra:
I cant believe the news today
Oh, I cant close my eyes and make it go away
How long...
How long must we sing this song?
How long? how long...
Broken bottles under childrens feet
Bodies strewn across the dead end street
But I wont heed the battle call
It puts my back up
Puts my back up against the wall
And the battles just begun
Theres many lost, but tell me who has won
The trench is dug within our hearts
And mothers, children, brothers, sisters torn apart
Sunday, bloody sunday
Sunday, bloody sunday
How long...
How long must we sing this song?
How long? how long...
cause tonight...we can be as one
Tonight...
Tonight...
Oh, I cant close my eyes and make it go away
How long...
How long must we sing this song?
How long? how long...
Broken bottles under childrens feet
Bodies strewn across the dead end street
But I wont heed the battle call
It puts my back up
Puts my back up against the wall
And the battles just begun
Theres many lost, but tell me who has won
The trench is dug within our hearts
And mothers, children, brothers, sisters torn apart
Sunday, bloody sunday
Sunday, bloody sunday
How long...
How long must we sing this song?
How long? how long...
cause tonight...we can be as one
Tonight...
Tonight...
segunda-feira, setembro 25, 2006
Tribute Fest
Este fim-de-semana assisti a concertos de tributo aos Queen e U2 pelos Killer Queen e Us 4 respectivamente no Coliseu Micaelense inseridos no Tribute Fest .
Foram 2 bons espectáculos, embora tenha gostado mais dos U2. O trabalho que estas bandas têm para se parecerem o mais possível com seus originais é digna de registo. O vocalista dos Killer Queen tinha uma prótese dentária para se assemelhar o mais possível a Freddy Mercury...e a verdade é que o conseguiu em termos de parecença física, postura em palco e voz, tanto que no início era um pouco estranho olhar para o palco e "ver" alguém que já faleceu.
Umas das coisas que estas bandas têm em qualidade e quantidade são as músicas e por mais que os seus concertos nos encham as medidas conseguimo-nos lembrar de mais 2 ou 3 que eles podiam ter tocado. Pelo lado dos Queen ficaram no armazém "Who wants to live forever", "Love of my live"...no entanto, êxitos como "Bohemian Rapsody",(uma excelente música com uma grande carga teatral), "we are the champions", "we will rock you", "radio ga ga", " it is a kind of magic" abrilhantaram a noite e fizeram-nos viagem em sons intemporais.
Quanto aos Us4/U2 só lhes posso apontar um defeito, que a meu ver foi enorme: a repetição de músicas. Podiam ter tocado "Staring at the sun", "mysterious ways", "Stay (faraway, so close), "hold me, thrill me, kiss me, kill me", etc, etc, etc....De resto entusiasmaram o público que os acompanhou vocalmente em muitas ocasiões. ... E tocaram a minha balada de amor favorita, "One" :)
PS: a máquina ficou sem bateria, por isso não há fotos :(
sábado, setembro 23, 2006
Antes que seja tarde
Os governantes norte americanos começam a acordar para o grave problema do aquecimento global: A Califórnia processou seis dos maiores fabricantes mundiais de automóveis devido ao aquecimento global, alegando que os efeitos de estufa provocados pelos veículos provocaram milhões de dólares de prejuízos, segundo o Procurador-Geral daquele estado norte-americano.
Pode ser que esta medida contagie Bush para que este comece a ver a diminuição da emissão dos gases de estufa como um benefício para a humanidade e não como, até hoje, um prejuízo para a indústria americana....a bem da nossa qualidade de vida!!!
Lendas das Sete Cidades
1- O rei Branco Pardo e a Lagoa das Sete Cidades
Há muitos, muitos anos atrás, havia um reino tão grande e florescente que o seu soberano, Branco Pardo, não sabia ao certo o número dos seus vassalos, dos castelos, cidades e aldeias. Era a Atlântida. Apesar desta riqueza, o rei e a rainha Branca Rosa, que tinham sido muito felizes em tempos passados, viviam então muito tristes por não terem filhos. Branco Pardo tornava-se cada dia mais vingativo e tratava muito mal os seus vassalos.
Uma noite em que o rei vagueava pelos jardins do palácio com a rainha teve uma visão que lhe falou assim:
- Rei da Atlântida, venho trazer-te a alegria. Em breve serás pai de uma filha linda e virtuosa, mas para que tenha fim a tua maldade, é preciso que nem tu nem homem nenhum se aproxime da princesa. Viverá dentro dos muros de sete maravilhosas cidades que eu erguerei no mais lindo recanto do teu reino e só donzelas a servirão. Presta atenção! Se antes dos vinte anos ousares transpor as muralhas das sete cidades, serás morto e um cataclismo arrasará o teu reino.
O rei, cheio de alegria, prometeu fazer tudo o que o anjo dissera e, passados nove meses, nasceu uma linda princesinha. Sem sequer a ter visto, o rei enviou-a para as Sete Cidades, cumprindo a exigência da visão. Os anos começaram a arrastar-se lentos e dolorosos para os pais separados da filha querida. A princesa Verde-Azul, rindo e cantando pelos jardins da cidade, rodeada de um cortejo de virgens, ia crescendo formosa e boa.
Branco Pardo consumia-se de saudades, tornava-se cada vez mais colérico e a ansiedade de ver a filha chegou ao ponto de não lhe caber no peito. Mandou aprontar um exército com os seus mais valorosos guerreiros e pôs-se a caminho para as Sete Cidades. A viagem foi longa e, à medida que se aproximavam, o céu ia enegrecendo e ruídos estranhos iam saindo da terra. Mas o rei caminhava sempre, desvairado, até que surgiram, na escuridão trágica do dia, os muros das Sete Cidades. Branco Pardo, sombrio e perturbado, levantou a espada e com ela bateu pesadamente numa das portas. No momento em que o portão principal se abria, uma espécie de trovão roncou, um fogo intenso elevou-se da terra fendida e os muros abateram-se imediatamente sobre o rei, os seus vassalos e todas as virgens que viviam nas Sete Cidades. Um tremendo cataclismo vulcânico destruiu toda a Atlântica.
Por fim veio o silêncio, o sol brilhou outra vez e no mar viam-se nove pequenas ilhas. As Sete Cidades, onde a princesa vivia, transformaram-se numa cratera coberta por duas calmas lagoas: uma é verde porque no fundo ficaram os sapatinhos verdes da princesa; a outra é azul e reflecte a cor do chapeuzinho que a princesa usava no seu passeio.
2- A princesa e o pastor
Em época recuada, existia, no lugar onde hoje fica a freguesia das Sete Cidades, um reino próspero e aí vivia uma princesa muito jovem, bela e bondosa, que crescia cada dia em tamanho, gentileza e formosura. A princesa adorava a vida campestre e frequentemente passeava pelos campos, deliciando-se com o murmurar das ribeiras ou com a beleza verdejante dos montes e vales.
Um dia, a princesa de lindos olhos azuis, durante o seu passeio, foi dar a um prado viçoso onde pastava um rebanho. À sombra da ramagem de uma árvore deparou com o pastor de olhos verdes. Falaram dos animais e de outras coisas simples, mas belas e ficaram logo apaixonados.
Nos dias e semanas seguintes encontraram-se sempre no mesmo local, à sombra da velha árvore e o amor foi crescendo de tal forma que trocaram juras de amor eterno.
Porém, a notícia dos encontros entre a princesa e o pastor chegou ao conhecimento do rei, que desejava ver a filha casada com um dos príncipes dos reinos vizinhos e logo a proibiu de voltar a ver o pastor. A princesa, sabendo que a palavra do rei não volta atrás, acatou a decisão, mas pediu que lhe permitisse mais um encontro com o pastor do vale. O rei acedeu ao pedido.
Encontraram-se pela última vez sob a sombra da velha árvore e falaram longamente do seu amor e da sua separação. Enquanto falavam, choravam e tanto choraram que as lágrimas dos olhos azuis da princesa foram caindo no chão e formaram uma lagoa azul. As lágrimas caídas dos olhos do pastor eram tantas e tão sentidas que formaram uma mansa lagoa de águas verdes, tão verdes como os seus olhos.
Separaram-se, mas as duas lagoas formadas por lágrimas, ficaram para sempre unidas e são chamadas de Lagoas das Sete Cidades. Uma é a Lagoa Azul, a outra é a Lagoa Verde e em dias de sol as suas cores são mais intensas e reflectem o olhar brilhante da princesa e do pastor enamorados.
Fonte: http://noveilhas.no.sapo.pt/
sexta-feira, setembro 22, 2006
quinta-feira, setembro 21, 2006
(Des)articulações
Há desarticulações que não consigo perceber porque existem. Um dos exemplos tive-o este verão no Faial. Fiquei a acampar na Praia do Almoxarife e o 1ºautocarro que sai daqui para a Horta é às 7:30 tal como o 1º barco que sai do Faial para o Pico.
A verdade é que existe outro barco entre a Horta e a Madalena às 10h, mas este já não permite apanhar os autocarros que saem da Madalena para toda a ilha do Pico às 8:45!!!
Não há possibildade das companhias que gerem os autocarros e as ligações marítimas se reunirem e acertarem um horário que benefecie todos??? Será assim tão difícil???
quarta-feira, setembro 20, 2006
O furacão que afinal não o foi
Parecia que o país estava à espera de um katrina, mas as previsões saíram frustradas. Gordon sentiu-se intimidado e passou de mansinho. A aura e força dos açorianos assustam qualquer coisa.
Nas televisões nacionais profetizava-se uma desgraça. Nada de novo, visto sempre que acontece, ou está previsto alguma coisa cá, como tremores de terra, tempestades, ficam eles mais alarmados do que nós. Como dizia o correspondente da SIC-Notícias em Angra do Heroísmo:"estas notícias assustam mais os portugueses do continente do que os açorianos, mais habituados a estes fenómenos.".
A RTP-Açores parece ter ficado contagiada com o alarmismo continental e fez um especial noite dentro, em que 3 câmaras fixas "mostravam o ponto da situação no porto da Horta, numa rua de Angra e na marina de Ponta Delgada".O especial até teve banda sonora.No entanto, acho que na altura em que se verificaram as maiores rajadas poderiam ter posto uma música mais apoteótica. Enfim, pode ser que para a próxima até acertem nos locais das câmaras...é que o porto da Horta parecia-se imenso com a marginal.
Como uma senhora de Lisboa uma vez me disse :" Não sei como consegue lá viver...aquilo são só terramotos, tempestades, vulcões...ai credo, que não era eu"...Aqui somos todos uma espécie de heróis e mais uma vez sobrevivemos....e eu tava lá.